segunda-feira, 19 de agosto de 2013

A nova companheira



Desde que você foi embora, ela veio morar comigo. Tem sido uma companheira constante, como você costumava ser alguns meses antes de ir embora.
Quando chego em casa ela corre para me abraçar, me faz companhia enquanto eu janto e se enrosca bem apertado no meu peito quando deito para dormir. E de manhã ela faz questão de ser a primeira a me dar “bom dia” no exato instante em que abro os olhos.
Me arrasto para o banho e ela entra comigo, se envolve em mim e meu corpo reage. Mas meus pensamentos durante aquele momento são todos para você, que fique bem claro.
Tomo meu café da manhã enquanto ela me observa comer. Uma forma de lembrete para que eu não esqueça que ela está ali. Que é ela a nova dona da casa, a nova dona do meu coração.
Pego o carro, entro, ligo o som. Ela me olha da porta, manda um beijo e me diz que vai estar ali, me esperando voltar. E eu não duvido disso nem por um segundo.
Ao longo do meu dia de trabalho você entra em meus pensamentos, imediatamente ela também vem. Não consigo separá-las. Ao pensar em uma, obrigatoriamente penso na outra. É que, por mais que eu te ame, é ela quem faz parte da minha vida agora, é ela quem sempre me dá a certeza que nunca vai me deixar. E não tendo você, eu me agarro a ela.
Meu dia passa. Chega a hora de voltar para casa. Hora de reencontrar minha nova companheira. Mas, meu bem, eu admito que com ela eu me sinto sozinho, de um modo que nunca me senti enquanto estava com você.
E eu te juro: A colocaria para fora a pontapés se você voltasse. Então, por favor, volta, que essa saudade já está morando comigo há mais tempo do que eu gostaria.



Um comentário:

  1. Lindo texto. É exatamente assim que a gente se sente mesmo nesses momentos.

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